Seja por oportunidade ou necessidade, o empreendedorismo se faz presente na economia das comunidades menos favorecidas. É o que confirma a pesquisa “Empreendedorismo nas Favelas”, desenvolvida pelo Sebrae RS com apoio das Prefeituras de Porto Alegre, Pelotas e Sicredi. O estudo inédito ouviu 1,5 mil empreendedores de cinco regiões de Porto Alegre e uma de Pelotas para apresentar um mapeamento do perfil, desafios e oportunidades de quem atua para gerar renda e promover o desenvolvimento local, muitas vezes sem sequer se reconhecer como tal.
Nada menos que 98% dos entrevistados afirmaram atuar profissionalmente nas comunidades onde vivem. E isso não é pouca coisa. Dados do IBGE apontam que 520 mil pessoas moram em favelas no Rio Grande do Sul – uma população equivalente à da Cidade de Caxias Sul, a segunda maior cidade do Estado.
Realizada em parceria com o Data Favela, a pesquisa foi aplicada nos meses de janeiro e fevereiro deste ano em duas etapas: análise qualitativa, com grupos focais e uma comunidade online; e quantitativa, ouvindo empreendedores das favelas Bom Jesus, Morro da Cruz, Restinga, Vila Cruzeiro e Vila Planetário (Porto Alegre) e Guabiroba (Pelotas). O estudo, que conta ainda com a participação da Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes, foi apresentado na manhã desta quinta-feira (30/03), durante o segundo dia do South Summit Brazil, em Porto Alegre, no Espaço SebraeX.
“As favelas são por natureza ambientes marcados pela diversidade, com uma economia própria e auto suficiente. Queremos fortalecer este trabalho e permitir uma maior conexão entre estes empreendedores e a cidade como um todo, tornando os seus negócios ainda mais sustentáveis”, explica o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Godoy.