ASN RS
Compartilhe

O Rio Grande do Sul e sua vocação para transformar alimentos em oportunidades 

Por Roger Klafke, Especialista em Competitividade do Sebrae RS.
Por Sebrae RS
ASN RS
Compartilhe

No Rio Grande do Sul, produzir alimentos não é apenas uma atividade econômica, é parte da nossa identidade. Está no jeito de fazer, de cuidar, de transformar ingredientes simples em algo que reúne famílias e movimenta comunidades inteiras. Trabalhar com aquilo que chega à mesa dos gaúchos é quase um ato cultural, transmitido entre gerações, e isso explica por que o setor de Alimentos e Bebidas é um dos mais fortes, vibrantes e resilientes do Estado.

Hoje, o Rio Grande do Sul reúne mais de 83 mil empresas no setor, presentes em 96% dos municípios, mostrando que essa vocação está espalhada do interior às regiões metropolitanas. A imensa maioria desses negócios é formada por microempreendedores: 54% são MEIs e 40% são microempresas, geralmente familiares, estruturadas com equipes enxutas e muito empenho. São padarias que acordam de madrugada, lancherias que alimentam o comércio local e pequenas agroindústrias de doces e sucos de frutas, queijos, derivados de carne que atendem às necessidades da sua região.

Esses empreendedores enfrentam uma rotina desafiadora. Com faturamento modesto, custos crescentes e margens apertadas, muitas vezes têm dificuldade para investir em tecnologia, melhorar processos ou ampliar o negócio. Mas, ainda assim, seguem firmes, porque fazem parte de uma cadeia de produção que nunca para. Seu trabalho movimenta economias locais, gera emprego e mantém viva a tradição do alimento feito com dedicação.

Ao mesmo tempo, o setor vive um momento de oportunidades. Áreas como produtos artesanais, vinhos, doces, cervejas especiais, alimentação para eventos e bares com entretenimento estão em expansão e mostram que o empreendedor gaúcho tem espaço para inovar, testar novos formatos e agregar valor. O mercado busca produtos com identidade, qualidade, origem e sabor, e isso o Rio Grande do Sul sabe entregar como poucos.

Para 2026, o fortalecimento das cadeias produtivas, a qualificação gerencial, a informação estratégica para acessar novos mercados, a inovação e o desenvolvimento de alimentos diferenciados apontam para um novo ciclo de crescimento. O caminho exige organização, integração entre os elos e valorização da qualidade, mas o potencial é gigante.

No fim das contas, tudo começa na mesa, e é dela que vem a força de milhares de empreendedores gaúchos que, todos os dias, transformam tradição em negócios e negócios em futuro.