Diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, a indústria gaúcha deu um passo decisivo rumo à inovação e à prevenção. Durante a 34ª Mercopar, foi lançado o Projeto de Resiliência Climática para Indústrias do Rio Grande do Sul, iniciativa que une tecnologia de ponta e cooperação internacional para preparar os negócios frente a eventos extremos como foi caso das enchentes de 2024.
O lançamento é uma parceria entre a UNIDO (Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), o Governo do Japão, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Sebrae RS e o Sistema FIERGS. Para a apresentação ao mercado, estiveram presentes Clovis Zapata, representante da UNIDO no Brasil; Tomoyoshi Koume, especialista em transformação digital da UNIDO em Viena; Daniel Almeida, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI; Teiji Hayashi, Embaixador do Japão no Brasil; e Kelly Sanches, do Sebrae Nacional.
O projeto tem como ponto de partida o mapeamento em 3D de áreas afetadas pelas enchentes de 2024, começando pela zona norte de Porto Alegre, que abrange o 4º Distrito, o aeroporto e as principais conexões viárias do Estado. O modelo foi apresentado pela primeira vez nesta quarta-feira, na Mercopar, e permite simular cenários de novas enchentes, observando de forma prática a elevação do nível da água e seus impactos.
Essa tecnologia, desenvolvida em parceria com especialistas da UNIDO e da UNOOSA, a Agência das Nações Unidos para o Espaço Sideral, será disponibilizada em breve a instituições de planejamento, como o Governo do Estado e universidades, fortalecendo a capacidade local de prevenção e resposta a desastres climáticos.
A partir desse esforço conjunto, o Sebrae RS e o Sistema FIERGS elaboraram um guia de estratégias para o enfrentamento de crises e situações adversas, que também foi lançado durante o evento. O material reúne orientações para empresas sobre aspectos organizacionais, produtivos, estruturais e sociais, e ficará disponível gratuitamente no site do Sebrae RS e dos parceiros do projeto.
“As micro e pequenas empresas são as que mais sentem os impactos de catástrofes como as enchentes, pois possuem menor capacidade de absorver perdas e retomar rapidamente suas atividades. Esse projeto traz ferramentas práticas para fortalecer a resiliência dos negócios e contribuir para um ambiente produtivo mais preparado e sustentável. Precisamos, além de evitar novas crises, aprender a ter resiliência diante de novas realidades. Essa cooperação internacional reforça o papel do Estado como referência em inovação e sustentabilidade industrial”, analisa Leonardo Ritta, responsável pelo projeto no Sebrae RS.
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De acordo com o Sebrae RS, dados recentes do monitoramento feito pela instituição mostram que muitos pequenos negócios ainda estão em processo de recuperação após as enchentes, o que reforça a necessidade de iniciativas que promovam planejamento e capacidade de resposta diante das mudanças climáticas.
“Estamos diante de uma oportunidade de transformar aprendizado em ação. Esse projeto mostra como tecnologia e cooperação podem ajudar as empresas a se tornarem mais resilientes, contribuindo não apenas para sua sobrevivência, mas também para a sustentabilidade econômica do Estado”, reforça Ritta.
