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Transformar os resultados de uma atividade acadêmica em produto era o principal desafio de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) quando criaram a TideSat Global, em 2022. Três anos depois, a startup é uma das 50 finalistas no concurso realizado pelo South Summit Brazil, maior evento de tecnologia e inovação do País e que acontece em Porto Alegre de 9 a 11 de abril.
Duas mil, cento e vinte e nove startups se inscreveram em cinco categorias. A TideSat Global concorre na categoria Sustentabilidade e ESG. O anúncio das vencedoras será no dia 11.
Na época da criação da TideSat Global, o time já tinha consciência sobre a necessidade de incorporar uma visão empreendedora para transformar em negócio uma tecnologia inovadora na medição do nível de água de sistemas hídricos. O que eles não poderiam imaginar é que uma enchente histórica e de proporções inimagináveis atingiria o RS dois anos depois.
Esse é um resumo do início da história da TideSat, empresa que oferece o serviço de monitoramento do nível da água a partir da técnica chamada refletometria GNSS. A captação dos dados ocorre por meio de sensores que utilizam a reflexão do sinal de satélite sobre a água para medir o nível, conforme conta o CEO da empresa, Douglas Leipelt.
“Com essa tecnologia, desenvolvida na UFRGS, é possível operarmos com sensores de baixo custo e instalados em locais distantes da água, garantindo sua operabilidade mesmo em caso de inundações. É uma solução eficaz e barata, que tem o potencial de popularizar o monitoramento de nível para a população”, explica Leipelt.
O CEO reforça a necessidade de redes robustas de monitoramento, para evitar o que ocorreu em Porto Alegre e em outros municípios do Estado, que contavam com apenas um sensor, levado pela água durante a inundação.
A empresa oferece a coleta, processamento, monitoramento e disponibilização dos dados por meio de dashboards, com uso de tecnologia de processamento exclusiva no Brasil. Atualmente, a TideSat presta serviço para o município de Estrela e para a empresa Portos do Rio Grande do Sul. O sensor instalado em Rio Grande para o monitoramento da empresa garantiu os dados oficiais utilizados durante a enchente em Rio Grande, neste ano. Atualmente, a empresa participa de provas de conceito para possível contrato com os municípios de Porto Alegre-RS e Ipatinga-MG. Na Espanha, existe um sensor instalado para a medição da altura da neve e nos EUA e Canadá para medições de marés.
